Pink Floyd The Wall é uma experiência multidimensional em disco, filme e show, ou melhor, som, imagem e muito rock n’ roll. Roteirizado por Roger Waters e dirigido por Alan Parker, a versão cinematográfica da ópera rock do Pink Floyd é de causar aneurismas. O filme viaja… não, alucina! na sonoridade das músicas, enquanto flutua entre tempos, cenários e animações muito doidas. Flashbacks que remetem à guerra, infância, escola, à vida alucinada de roqueiro drogado e à angústia existencial que assombra os pensantes e poetas. Devaneios que vão de flores transando aos martelos em marcha militar, aviões despejando bombas e cruzes, ditador totalitário em retórica e uniforme e, na imagem que nunca mais sairá da cabeça, crianças em coro em direção ao moedor de carne. Um drama com poucos diálogos, muita música, metáforas profundas e animações impressionantes. Causou estragos nas cabeças de muitos nos anos 80 e 90, inclusive na minha. Contudo, cá entre nós, o melhor d’o muro é mesmo a trilha sonora. Pink Floyd.