Insulto! O jornalismo iconoclasta de H. L. Mencken em destruidoras frases de mau humor

por Homero Nunes
Toda a pessoa normal se sente tentada,
de vez em quando,
a cuspir nas mãos, içar a bandeira negra
e sair por aí cortando gargantas.
Todo homem decente se envergonha do governo sob o qual vive.
A democracia é a arte e a ciência de administrar o circo a partir da jaula dos macacos.
Democracia é a crença patética na sabedoria coletiva da ignorância individual.
Todo artista de alguma dignidade é contra seu próprio país.
A vida talvez seja mais segura sem sexo, porém intoleravelmente mais chata.
O amor é o triunfo da imaginação sobre a inteligência.
O amor é a ilusão de que uma mulher é diferente das outras.
Pelo menos numa coisa homens e mulheres concordam: nenhum deles confia em mulheres.
Casamento é uma instituição maravilhosa, mas quem gostaria de viver em uma instituição?
É pecado pensar mal dos outros, mas raramente é engano.
A consciência é aquela voz interior que nos adverte de que alguém pode estar olhando.

 Henry Louis Mencken 1880 – 1956
Revoluções políticas quase nunca realizam nada de verdadeiro mérito; seu único efeito indiscutível é o de enxotar uma chusma de ladrões e substituí-la por outra.
Na história humana, não há registo de um filósofo feliz.
A diferença entre o sexo pago e o sexo grátis é que o sexo pago costuma sair mais barato.
Para mim, um homem rezando e outro portando um pé de coelho para lhe dar sorte são igualmente incompreensíveis.
Uma igreja é um lugar onde senhores que nunca estiveram no Céu dizem maravilhas a respeito dele para pessoas que nunca irão para lá.
A fé pode ser definida como uma crença ilógica na ocorrência do improvável.
A metafísica é a tentativa de provar o inacreditável apelando para o incompreensível.
O cristão vive jurando que nunca fará aquilo de novo. O homem civilizado apenas resolve que será mais cuidadoso da próxima vez.
Digam o que quiserem sobre os Dez Mandamentos, devemos nos dar por felizes por eles não passarem de dez.
Padres e pastores são cambistas esperando por fregueses diante dos portões do Céu.
Os deveres diários de um profissional de Deus não têm nada a ver com religião. São basicamente de natureza social ou comercial. Supondo-se que ele trabalhe, este trabalho será o de um gerente-geral de uma corporação e dividida por facções entre os acionistas. Seu bláblá especificamente teológico é de natureza monótona e repetitiva e o desgosta poderosamente, assim como um cirurgião se deprime diante de uma sucessiva extração de furúnculos.
Celebridade é alguém conhecido por muitas pessoas que ele tem o prazer de não conhecer.
Nunca pus um charuto na boca antes dos nove anos.
Se a experiência pode ensinar-nos seja o que for, ensina-nos isto: um político criterioso, numa democracia, é tão inconcebível quanto um assaltante honesto.
Um homem perde o senso de orientação após quatro drinques; uma mulher após quatro beijos.
Para todo problema complexo existe sempre uma solução simples, elegante e completamente errada.

De H. L. Mencken compensa:
O Livro dos Insultos


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