Bibliopop! O Hipnotista: um nada delicioso

por Homero Nunes

Bibliopop
por Viviane Loyola

Tem aqueles livros que não servem para nada e por isso mesmo são bons. O nada tem seu valor. É preciso ter comichão para saber o assassino, obsessão por chegar à última página, e força de vontade para não pular umas cem páginas e ler o final antes. Assim que termina, contudo, aquele livro será guardado na estante, esquecido. Você não vai querer ler de novo, porque o suspense acabou, não vai listar entre os melhores livros que você leu, não se trata de um primor literário. Mas, sem dúvida, terá sido um livro divertido, uma leitura que preencheu o tédio do domingão ou que serviu de amparo a noites insones. Assim é O Hipnotista, um romance policial da melhor estirpe, com tramas paralelas, assassinos, detetives, fugas, caçadas, sequestros, adrenalina.  Todas as características de um bom thriller, com potencial hollywoodiano diga-se de passagem. 

O livro, de um casal de suecos que assinam sob o pseudônimo Lars Kepler, segue a mesma trilha do também sueco Stieg Larsson, responsável por uma trilogia de suspense que ganhou o mundo.  É massudo, com 477 páginas, muitos personagens, mas facílimo de ler. Tem leveza, suspense, surpresa. Tudo começa pela descrição de um crime ocorrido nos arredores de Estocolmo, o massacre de vários integrantes de uma mesma família. A partir daí desenrola-se uma trama de mistério, em que um psiquiatra famoso é chamado a contribuir com as investigações hipnotizando uma testemunha.  Discute-se, ainda que superficialmente, a validade da hipnose como método policial ou mesmo como forma de melhor conhecer os pacientes ao acessar lembranças profundas. É um livro que tem todos os requisitos para prender o leitor e estimular a imaginação. Não serve para nada, se consideramos que o entretenimento simples é um nada delicioso. 


O Hipnotista
Lars Kepler (Alexandra e Alexander Ahndoril)
Editora Intrínseca
2011
477 págs.
Leia a coluna Bibliopop em: Isso Compensa – Literatura


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