Bibliopop! Vinícius de Moraes nos sonetos e no amor

por Homero Nunes

Bibliopop!
por Viviane Loyola

Estava à toa na vida e o meu amor me chamou. Abri no soneto que dizia: “Tudo de amor que existe em mim foi dado. Tudo que fala em mim de amor foi dito”. Soneto a quatro mãos, do Livro de Sonetos do poetinha Vinícius. Faço isso sempre que posso, que o tempo deixa. Pego Vinícius para ler. Em especial o Livro dos Sonetos, que é um livro querido porque de amor é feito.

No Livro dos Sonetos, publicado pela primeira vez em 1967, reúnem-se poemas escritos ao longo de 30 anos da vida do poeta. Lá estão os encontros e desencontros amorosos, o amor pelas mulheres e o amor filial. O amor que ele canta no Soneto da Fidelidade: “De tudo, ao meu amor serei atento. Antes e, com tal zelo, e sempre, e tanto…” ou o desespero da solidão, do desamor, como no Soneto de Londres, “Que angústia estar sozinho na tristeza”. Vinícius de Moraes é o poeta que eternizou o soneto como instrumento delicado de expressão, forma singela, porém trabalhosa, de declarar seu amor, de derramar-se, às vezes de um jeito piegas como no Soneto de Contrição: “Eu te amo, Maria, te amo tanto que o meu peito me dói como em doença”.


Em qualquer soneto que se leia, vão se destacar as rimas que consagraram Vinícius e seu estilo. Sempre o amor, as mulheres, mas também os amigos e a boemia. O Livro dos Sonetos é um desses livros para se ter e se ler sempre e todas às vezes lhe parecerão belos os poemas. Não são datados, não ficam velhos nem os poemas e nem os poetas. A forma soneto não se esgota e nem a capacidade que Vinícius tem de se pronunciar por meio dela.


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