Antoine de Saint-Exupéry (1900 – 1944)
Aviador, Saint-Exupery serviu como piloto na força aérea francesa na Segunda Guerra Mundial. Desapareceu em missão de reconhecimento. Teria sido abatido pela artilharia alemã e seu avião caído no mar. Nunca foi encontrado. O mistério do seu desaparecimento alimentou especulações, inclusive de um suposto suicídio do piloto-escritor, desiludido com os rumos da guerra.
Sobre a Guerra, escreveu: “Piloto de Guerra”, publicado em 1942
Também escreveu sua obra maior, “O Pequeno Príncipe”, em plena Segunda Guerra Mundial.
“Se é verdade que as guerras são vencidas pelos que acreditam, também é verdade que os tratados de paz são assinados por homens de negócios. “
Saint-Exupéry
Ernest Hemingway(1899 – 1961)
Hemingway tentou ir à Primeira Guerra como soldado, mas foi dispensado por problemas na visão. Acabou conseguindo como voluntário da Cruz Vermelha. Foi atingido por estilhaços de morteiro na perna e ficou hospitalizado um bom tempo. Em 1937, como jornalista, cobriu a Guerra Civil Espanhola, mas acabou por pegar em armas ao lado dos republicanos. Voltaria à guerra com bloco, caneta e fuzil nas mãos para lutar contra os nazistas, nos anos 40. Três guerras, duas mundiais, ferimentos no corpo, traumas na cabeça e relatos fatais.
Sobre suas guerras: “Adeus às Armas” e “Por Quem os Sinos Dobram”
“Nunca pense que a guerra, por mais necessária ou justificável que seja, não é um crime.”
Hemingway
George Orwell (1903 – 1950)
Em 1936 George Orwell foi voluntário na Guerra Civil Espanhola.
Foi ferido gravemente por um tiro no pescoço, que lhe estragou a voz para sempre. A partir daí, falaria fino e escreveria grosso, envergonhado na voz, eloquente nos textos.
Nos anos 40, voltou à guerra, desta vez como correspondente para a BBC, na Segunda Guerra Mundial. Com voz fina e tudo.
Sobre a guerra, escreveu: “Lutando na Espanha ou Homenagem à Catalunha”
Dos traumas da guerra e dos seus ideais brotaram “A Revolução dos Bichos” e “1984”
“A maneira mais rápida de acabar com uma guerra é perdê-la.”
Orwell
André Malraux (1901 – 1976)
No final dos anos 30, Malraux foi voluntário em uma esquadrilha de combatentes estrangeiros na Guerra Civil Espanhola. Por duas vezes foi ferido à bala, sem gravidade. Oficial do exército francês na Segunda Guerra, foi capturado pelos alemães, mas conseguiu fugir. Caiu na clandestinidade e aderiu à Resistência Francesa, em textos panfletários e missões armadas, tornando-se um dos principais nomes da resistência.
Escreveu sobre a guerra: “A Esperança”, “L’Espoir”
“A verdadeira barbárie é Dachau; a verdadeira civilização é, antes de tudo, a parte do homem que os campos de extermínio quiseram destruir.”
Malraux
Jean-Paul Sartre(1905 – 1980)
Sartre serviu na Segunda Guerra Mundial, como meteorologista e depois entrincheirado na famosa Linha Maginot – o complexo de túneis e casamatas na divisa da França com a Alemanha. Foi preso pelos nazistas e conseguiu fugir de uma enfermaria fingindo-se doente. Há quem diga que teria sido liberado por ser magro e feioso, quatro-olhos, baixinho, considerado inofensivo.
Sobre a guerra, escreveu: “Diários de uma Guerra Estranha”
Num quarto escuro e barato, durante a ocupação nazista da França, escreveu “O Ser e o Nada”.
“Quando os ricos estão em guerra, são os pobres que morrem.”
Sartre
J. D. Salinger (1919 – 2010)
Após sacudir nas ondas em uma balsa militar, Salinger desembarcou na guerra em pleno “Dia D”, na Normandia, como soldado raso do exército americano. Disparou seu fuzil e combateu os nazistas, matou e viu a morte de perto, mas também atuou como correspondente de guerra para um jornal americano. Entrou em Paris com as primeiras tropas após o fim da ocupação alemã e encontrou Hemingway entre os correspondentes que lá se fixaram até o fim da guerra.
Seu grande romance, “O Apanhador no Campo de Centeio” nada tem a ver com a experiência da guerra, embora muitos digam que a angústia do livro tenha brotado de sua depressão pós-guerra.
“De qualquer maneira até que achei bom eles terem inventado a bomba atômica. Se houver outra guerra, vou sentar bem em cima da droga da bomba. Vou me apresentar como voluntário para fazer isso, juro por Deus que vou.”
Salinger
Imagem de capa: Hemingway na Segunda Guerra Mundial
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