Os túmulos do intelecto: Père Lachaise, o cemitério das ossadas pensantes

por Homero Nunes
 
Para achar o túmulo de Jim Morrison siga o fluxo dos esquisitos, para o de Oscar Wilde procure as marcas de batom, Moliére descansa junto a La Fontaine, Balzac dá as caras em um busto de bronze, Edith Piaf “vive” cheia de flores e Marcel Proust tem um bloco de mármore preto em cima de si. No Père Lachaise estes e outros defuntos importantes disputam espaço num cemitério trés chic, macabro, mofado e decadentemente elegante. Túmulos adornados por estátuas, imagens, muito mármore e bronze, uma coleção de esculturas e pequenos mausoléus para perpetuar a memória. Um cemitério-museu que guarda as ossadas pensantes dos grandes nomes da inteligência de Paris, cidade ímã de artistas e intelectuais. No seu mais famoso cemitério, talvez o mais famoso do mundo, Paris homenageia os seus, aqueles que iluminaram a cidade com artes e letras, ciência e filosofia. Mas mais importante que as imagens das sepulturas ou as ossadas abaixo delas, são os túmulos do intelecto, o lugar que o pensamento daqueles ocupa nas cabeças de muitos de nós, a verdadeira vida após a morte. Siti tibi terra levis, que a terra te seja leve.
 
 
Também estão no Père Lachaise: Maria Callas, Pierre Bourdieu, Amedeo Modigliani, Théodore Géricault, Sarah Bernhardt, Georges Méliès, Eugene Delacroix, Max Ernst, Fernand Braudel, Auguste Comte, Saint-Simon, Frédéric Chopin, Gioachino Rossini, Jean-François Lyotard, Jacques-Louis David, Albert Camus e muitos outros defuntos memoráveis.
 
Cimetière du Père-Lachaise
15 Boulevard de Ménilmontant  75011 Paris, França

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