The Final Cut: o álbum maldito do Pink Floyd

por Homero Nunes

 

 
 
 

Pink Floyd, The Final Cut é um álbum maldito. Amaldiçoado por fãs, críticos e pela própria banda. Último disco do Pink Floyd em sua formação clássica (clássica! a original teria ainda o Syd Barret), o Final Cut carrega o carma de ter sido um dos motivos da saída de Roger Waters e da separação da banda. Alguns o consideram um trabalho solo de Waters, outros dizem que ele não tem a sonoridade característica da banda, para muitos é depressivo demais, suicida mesmo. Divagando entre os dilemas do pós-guerra, a contestação política da época e as angústias da vida, o corte final é referência clara ao suicídio e à morte das ilusões – “um réquiem para o sonho do pós-guerra”, como está escrito na capa do disco. O próprio Waters afirma ter sido muito difícil produzi-lo, “uma tristeza”, diria. A banda estava em decadência, muitas brigas e os músicos não se suportavam.

O álbum foi lançado (1983) sem muita pretensão e, apesar de ter vendido milhões de cópias, não fez o sucesso de outros do Floyd. Não é citado nas grandes listagens da mídia, passou batido na MTV e ficou no limbo do rock, onde ficam as produções sem muito sucesso que influenciam muita gente. O corte final, The Final Cut, acabou por ser o disco maldito do Pink Floyd. Maldito, mas impecável. Waters queria fazer um álbum conceito sobre a falta de sentido da vida e trabalhou a fundo na concepção, obsessivamente. A sonoridade é incrível e os altos e baixos das músicas fazem lembrar as composições da música clássica. Os efeitos e transições são de apertar o coração. Sem grandes baladas ou hits de sucesso, o disco é para ser escutado inteiro, com aquele respeito que um disco maldito merece. A música abaixo, Two Suns in the Sunset, fecha o disco em tom melancólico e profundo, entre o hecatombe nuclear e as angústias da vida. We were all equal in the end...

 
 

Link para o clip de Two Suns in the Sunset no Vimeo:
https://vimeo.com/62377134

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