Gramophone,
by Wilson Zaidan
Johann Sebastian Bach, por ficar insatisfeito com a afinação alheia, afinava os seus próprios cravos e outros instrumentos de teclado. Na busca de um sistema de “temperamento idêntico” – um sistema de afinação em que todos os semitons da escala são uniformes e soam em conformidade – lhe surgiu o nome “Bem Temperado”. Este sistema de afinação, desenvolvido pela genialidade e perfeccionismo de Bach, se tornou, desde sua morte, o padrão de afinação da música ocidental.
O Cravo bem Temperado – obra dedicada pelo compositor aos interpretes e aos jovens aspirantes da música – tem um caráter didático, onde Bach esgota as possibilidades do sistema tonal (sim, passando por todas as tonalidades maiores e menores existentes no sistema ocidental), acendendo efeitos estéticos e harmônicos que serviram como grande influência para o posterior romantismo, depois dissipados com a música atonal no século XX.
Considerada a “Obra de todas as obras” – palavras de Schumann, O Cravo bem Temperado foi organizado e impresso em dois volumes, com 48 prelúdios e fugas. O primeiro livro foi escrito em 1722 enquanto o segundo data de 1744. Acredita-se que o primeiro livro foi composto durante o tempo livre do compositor, enquanto não estava se apresentando para nobres e/ou com instrumentos por perto (como em carruagens, por exemplo). Enfim, isso não é necessário para expressar a genialidade e musicalidade interna do compositor.
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Coluna Gramophone. In.: Isso Compensa Música.