Sui Generis: meia dúzia de figuras únicas da história do rock

por Isso Compensa
Keith Richards
Inacreditável como Richards chegou aos 75 (1943). Rock demais nas veias do sujeito, drogas e sexo, fumante e alcoólatra. 55 anos de Rolling Stones. Casa na Jamaica, na Riviera Francesa, Londres. Os dedos deformados pela guitarra, manchados de tabaco, cheios de anéis. Magro, enrugado, dentes ruins. Bluesman branco, para contrariar a regra. Deve ter vendido a alma na encruzilhada. Sobrevivente. Na ativa, em tournée pelos EUA em 2019. It’s only rock ‘n roll, but I like it.

 

David Bowie
Cores diferentes nos olhos, cabelos e na música. Um alienígena andrógino. Astronauta perdido no espaço. Personagem de ficção científica, mutante. Décadas de transformações visuais e sonoras, um empirista, experimentador da música. Tocou com quase todo mundo desta listinha, exceto Raul Seixas. Rock, pop, eletro, tudo. Bonitão, charmoso, derretedor de corações, icônico raio. Dizem que não morreu, foi abduzido, voltou para casa. Ziggy Stardust and The Spiders From Mars.

 

George Harrison
Foi para a Índia e entrou numas de natureba, ayurvédico, citara. Ácido lisérgico demais, Lucy in the Sky with Diamonds. Levou os Beatles à psicodelia, desencaretou a turma. Deixaram cabelos e barbas crescerem. Contracultura, roupas coloridas e som muito louco, bicho. Harrison foi o boa praça dos Beatles, paz e amor, encantado. Correu por fora na banda, contornando Lennon e McCartney com composições eternas: while my guitar gently weeps.

 

Freddie Mercury
Gay power. Bigodão, roupas coladinhas, dentes tortos. Voz espetacular. Compositor, pianista, artista. Presença de palco única. Não podia ter banda melhor: Queen. Emplacou a banda como uma das maiores da história do rock, para sempre. Emocionou multidões com baladas de cantar junto, de coro de plateia, isqueiros acesos. Hinos do rock que o povo canta até hoje. Love of my life, can’t you see?

 

Jim Morrison
Teatral, levou a representação para a música. Intelectual, poeta, artista. Leitor de filosofia, Rimbaud, Baudelaire. Desregrado, não teve limites no comportamento e na música, nem na vida. Transformava seus shows em rituais do rock, celebrações pagãs, ele próprio o xamã. Morreu cedo, aos 27, levado pela maldição de Robert Johnson. Overdose na banheira, em Paris. É o túmulo mais visitado do cemitério Pére Lachaise. This is the end… My only friend, the end.

Raul Seixas

Entre o baião e Elvis, Rauzito inventou o rock brasileiro. Debochado, irreverente, maluco beleza. Sujeito inteligente, compôs músicas e personagens, tipo ideal de roqueiro doidão no Brasil. É, sem exagero, o músico mais pedido do mundo… até no show do Paul McCartney eu vi um sujeito segurando um cartaz escrito: toca Raul! Teve um monte de mulheres, abusou das drogas e ganhou a cirrose do álcool. Copos e cinzeiros estavam sempre no caminho. Também a criatividade, a veia contestadora, o talento que lhe fez uma metamorfose ambulante. Toca Raul!


Coluna Meia Dúzia, listinhas
 

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