Funeral Blues

por Isso Compensa

FUNERAL BLUES
W.H. Auden

Parem todos os relógios, cortem o telefone,
Previnam o latido do cão com um suculento osso,
Silenciem os pianos e, com um tambor abafado,
Tragam o caixão, que venham os murmúrios.

Deixem os aviões gemerem em círculos sobre nós,
Rabiscando no céu a mensagem ‘Ele está morto’.
Ponham laços nos pescoços brancos das pombas,
Deixem os policiais de trânsito calçarem luvas pretas.

Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste,
Minha semana de trabalho e meu domingo de descanso,
Meu meio-dia, minha meia-noite, minha fala, minha música;
Eu pensei que aquele amor duraria para sempre: estava errado.

As estrelas não são queridas agora, apague-se cada uma,
Embrulhem a lua e desmantelem o sol,
Derramem os oceanos e varram as florestas;
Pois nada agora nunca mais pode ser bom.

(Tradução livre)

FUNERAL BLUES

Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message ‘He is Dead’.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good.

W.H. Auden
April 1936

 

No filme “4 Casamentos e 1 Funeral” (1994), um personagem recita o poema no funeral. A cena ficou famosa e trouxe à tona, mais uma vez, o poema e o poeta. Quando o cinema presta serviço à literatura. Reverência. 

 


Sobre os autores

Acompanhe