Ler brasileiros(as) para interpretar o Brasil: Caio Prado Júnior

por Matheus Arcaro

Uma coluna sobre @s intelectual brasileir@s que pensaram e pensam as questões nacionais. 

Por Matheus Arcaro*

Caio Prado Junior (1907-1990) e a Formação do Brasil Contemporâneo (1942)

Para o autor, diferentemente da colonização das zonas temperadas, no Brasil  – e nos países tropicais de modo geral – , a colonização foi realizada em função dos produtos exóticos, não existentes na Europa (açúcar, tabaco, pimenta, etc.), que serviram de estímulo para o colonizador vir a uma região desconhecida. Este desejava a riqueza imediata e não  construir um “novo mundo”, como ocorreu nos EUA, por exemplo: o colonizador veio para ser dirigente da empresa comercial produtora de bens agrícolas.

Sim, Caio Prado assevera que a colonização portuguesa agiu como uma grande empresa, destinada a explorar os recursos naturais de um território virgem, em proveito do comércio europeu. 

E, ainda no século XX, nós brasileiros temos a mente e os corpos colonizados; nuca saímos dessa subserviência aos mercados europeu e norte-americano. Nestes quatro séculos, aconteceram apenas mudanças superficiais: ainda somos produtores de matéria-prima e importadores de tecnologia;a ainda nos espelhamos na cultura dos outro; ainda acreditamos que o importado é melhor que o brasileiro.

Mas como reverter isso? Com uma sociedade nacionalizada. 

Para tornar o Brasil independente, tanto política quanto economicamente, é preciso voltar a produção e economia nacional às necessidades do mercado interno, da nacionalidade, e integrar a população brasileira. Faz-se necessário o fortalecimento do mercado interno. Faz-se necessário valorizar o que é brasileiro. Com profundidade, para além dos clichês, das frases prontas e do patriotismo de fachada.

*Matheus Arcaro é mestre em filosofia contemporânea pela UNICAMP. Pós-graduado em História da Arte. Graduado em Filosofia e em Comunicação Social. É professor, artista plástico e escritor, autor do romance “O lado imóvel do tempo” (Patuá, 2016) e do livro de contos “Violeta velha e outras flores” (Patuá, 2014). Está lançando Amortalha, livro de contos, também pela Patuá.

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