Uma coluna sobre @s intelectual brasileir@s que pensaram e pensam as questões nacionais.
Por Matheus Arcaro*
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FLORESTAN FERNANDES (1920-1995)
O sociólogo perpassa vários temas fulcrais sobre as questões brasileiras, mas vamos nos ater a três:
a) Racismo: Florestan critica veementemente o principal conceito de Gilberto Freyre. Para ele, não se pode falar em Democracia Racial porque o que ocorreu foi destruição, submissão, exploração econômica e imposição cultural dos colonizadores. Esse mito permitiu que as classes dominantes mantivessem seus privilégios sem competição nem confronto.
A abolição da escravidão foi uma “revolução do branco para o branco”: um processo ordenado que conservou o poder das elites ao longo da história, consolidando o autoritarismo, o patriarcalismo e a desigualdade social.
b) Capitalismo dependente: o sistema capitalista brasileiro ainda é refém da estrutura colonial. Não consegue ser autônomo, ou seja, é subserviente ao imperialismo europeu e norte-americano. Foi construído para atender aos interesses internacionais e, por isso, depende de investimentos estrangeiros. Para atrair investimentos, o Estado faz concessões e, com isso, há mais exploração dos trabalhadores.
c) Educação: o ponto inicial para se atingir uma sociedade democrática é uma educação de qualidade obtida por meio da escola pública gratuita. A educação deve ser, para os alunos, uma experiência transformadora que desenvolve a criatividade, dando condições de se libertar da opressão social. Deve ser o grande fator de mudança social e transformação política.
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*Matheus Arcaro é mestre em filosofia contemporânea pela UNICAMP. Pós-graduado em História da Arte. Graduado em Filosofia e em Comunicação Social. É professor, artista plástico e escritor, autor do romance “O lado imóvel do tempo” (Patuá, 2016) e do livro de contos “Violeta velha e outras flores” (Patuá, 2014). Está lançando Amortalha, livro de contos, também pela Patuá.
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