Produzido e desenhado por Andy Warhol, desde a capa até pitacos na formação da banda, o álbum de estreia do Velvet Underground é considerado um dos mais importantes da história do rock, sucesso em crítica e influências, fracasso em vendas. Aliás, o fracasso comercial estava mesmo nos planos, posto que tudo que era vendável demais era considerado ruim e que apenas o alternativo e diferente podia ser considerado relevante na cena nova-iorquina de 1967. O sucesso veio tarde, após o fim do Velvet, quando os críticos perceberam a extensão da influência do disco em bandas como The Doors, Jefferson Airplane, e músicos como Iggy Pop, David Bowie etc.. Hoje o disco é cultuado como referência incontornável, presença fixa nas listas dos maiores já gravados. Nele, Lou Reed dividiu os vocais com a loirinha junkie Nico, na contradição musical concebida por Andy Warhol e John Cale, em letras controversas sobre sexo e drogas, assinadas por Reed, e sonoridade experimental que misturava barulhos da rua aos mau tocados instrumentos, afinações ousadas, desafinações. A famosa “Heroin”, por exemplo, é uma música sobre os efeitos da droga mais devastadora daqueles anos, descrevendo na letra as sensações causadas pelo uso, acelerando a batida do baixo e da bateria no final, no caminho da overdose. Letra e música concatenadas para causar sensações entorpecentes aos ouvintes. A capa da banana foi pintada no estilo pop de Andy Warhol e trazia, nas primeiras edições, a possibilidade de descascar a banana retirando o adesivo amarelo. Tornou-se uma das capas mais colecionáveis dos aficionados por vinis, disco obrigatório nas coleções de rock.
Coluna: Isso Compensa – Música